Continuando a apresentação de políticas educacionais que visam à equidade apresento abaixo um plano de ação elaborado na Irlanda:
O Departamento de Educação e Ciência da Irlanda tenta resolver o problema da desigualdade em Educação por meio da alocação de recursos adicionais para as escolas que estão localizadas em áreas com carências socioeconômicas consideráveis. Delivering Equality of Opportunity in Schools (DEIS), o plano de ação para a inclusão escolar, prevê um sistema padronizado para identificar os níveis de desvantagem e um sistema integrado de apoio às escolas (School Support Programme, SSP). Como resultado dos processos de identificação e revisão, 679 escolas primárias foram incluídos no SSP. O plano DEIS teve início em 2006 e está sendo implementado em etapas.
Abaixo algumas formas de suporte oferecidas pelo DEIS às escolas de ensino primário (equivalente aos anos iniciais do Ensino Fundamental) e de ensino pós-primário:
- Relação aluno-professor reduzida nas escolas primárias localizadas em áreas urbanas com mais desvantagem;
- Bônus com base no nível de desvantagem da escola;
- Financiamento adicional para a compra de livros escolares;
- Acesso aos programas de alfabetização;
- Suporte no planejamento escolar e em programas de desenvolvimento profissional.
(fonte: EACEA)
Lendo diversos relatórios internacionais chama-me a atenção o fato de alguns países com uma desigualdade social e de oportunidades muito menor que a verificada no Brasil estarem trabalhando arduamente para promover um maior nível de equidade enquanto no Brasil poucos esforços são feitos nesse sentido.
Em um momento político em que se verifica uma força maior de movimentos que representam minorias, como os movimentos dos homossexuais e das pessoas com necessidades especiais – movimentos legítimos e importantes – insisto na defesa de um grupo que está longe de ser uma minoria. Quem está defendendo o interesse das crianças que são filhas de pais com um nível de escolaridade muito baixo e que são de famílias de baixa renda? O investimento por aluno no Nordeste, considerando as características de seus alunos, na média não deveria ser consideravelmente maior do que o investimento por aluno no Sudeste?
Uma crítica que alguns fazem ao Bolsa Família é de que “não devemos dar o peixe, mas sim ensinar a pescar”. Então, será que não chegou a hora de investir em Educação de forma com que todos tenham condições de “aprender a pescar”?